Prefeitura de Gaspar orienta população no combate ao caramujo africano

O período chuvoso facilita a proliferação do caramujo africano (Achatina fulica). O caramujo é resistente ao frio e à seca e sai para se alimentar e reproduzir à noite, durante ou logo após o período chuvoso. Por esse motivo a Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Saúde e da Diretoria de Vigilância em Saúde, orienta a população a combater e coletar, de forma segura, os focos desse molusco no município.

O combate ao caramujo neste período é importante, principalmente porque ele pode se tornar vetor de algumas doenças como hepatite e a meningite. De acordo com a diretora geral de Vigilância em Saúde, Jiceli Petró, os caramujos africanos colocam até 500 ovos por ano e têm uma vida média de 5 anos. “Entre as contribuições para a proliferação dos caramujos, estão a ausência de predadores naturais e a alta taxa reprodutiva que eles possuem”, explica.

A remoção do animal pode ser realizada por qualquer adulto, desde que esteja com luvas e calçados fechados. Em seguida, deve quebrar as cascas antes da incineração dentro de um recipiente, com um cabo de madeira de ponta quebrada, evitando que se tornem reservatórios de água para mosquitos e outros organismos.

Para a incineração, o morador deve utilizar um copo de álcool e longe de crianças para evitar acidentes. De preferência uma única pessoa deve executar o procedimento. Utilizar uma lata com pequenos furos ao fundo cobertos por um pano, visto que os caramujos exalam grande quantidade de água quando incinerados, o que acaba por apagar o fogo.

Após a queima, dispor o resto em valas com pelos menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos. Coloque sempre que possível, uma pá de cal virgem para impermeabilizar o solo, principalmente se uma grande quantidade for coletada, e por fim, fechar a vala com terra.

Fazer busca diária no terreno para verificar se não há outros locais onde existam mais moluscos. Manter a catação local diária e constante, a qual deve se repetir semanalmente, visto que cada caramujo pode conter centenas de ovos, que eclodirão em períodos subsequentes e reinfestarão o ambiente novamente, sempre que chover, estiver úmido ou nublado. Não é recomendado o uso do sal para controle dos caramujos. Medidas simples podem colaborar na redução da população desses animais.

Prevenção

Manter o jardim, quintal e áreas verdes limpos e capinados, descartando resto de obra, entulho, pedras e acúmulo de material orgânico (capim, folhas, galhos, etc), pois são esconderijos ideais para os caramujos.

Não jogar os caramujos lançando-os em terrenos baldios, na rua ou diretamente no lixo, o que proporcionará um incremento na proliferação desta praga urbana em outros locais.

Não esmagar os caramujos no local o que promove exposição, apodrecimento de sua carne e acúmulo de moscas, baratas e roedores com consequente produção de odor.

Doenças

O caramujo africano pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas. A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco (gosma) que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento. Por isso, é tão importante lavar e deixar de molho as hortaliças.

A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.

Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.

Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

Denúncias

A Secretaria de Saúde não realiza a eliminação dos caramujos africanos em locais particulares, mas orienta a realização da remoção dos moluscos. Qualquer pessoa pode solicitar a presença da Vigilância de Saúde para avaliar a situação e orientar o responsável com relação à eliminação de caramujos africanos.

Para mais informações e dúvidas, entrar em contato pelo telefone (47) 3703-3700.