Servidores de Gaspar realizam curso de Aquaponia

Colaboradores da Secretaria de Agricultura e Aquicultura de Gaspar estiveram na cidade de Guabiruba para conhecer o sistema de aquaponia que é referência daquele município. Através de um curso ministrado, o objetivo é desenvolver a técnica com agricultores locais. Na ocasião, puderam estudar o funcionamento do Projeto em ambiente protegido da empresa Eng. Tafarel Sá, da Cidade de Triunfo (RS).

O projeto tem aproximadamente um ano de atividade e foi criado pelo Engenheiro Ambiental Tafarel de Sá, e é desenvolvido junto à Oceanógrafa Juliana Saran da Silva. A Secretaria da Agricultura e Aquicultura de Gaspar visa, com a aquaponia, desenvolver sistemas de produção de peixes e hortaliças auto sustentáveis e oferecer novas opções para o agricultor. “A ideia é trazer inovação ao município, já temos produtores de hortaliças no município, inclusive em sistemas de hidroponia e queremos ampliar ainda mais, ofertando mais oportunidade ao nosso produtor local”, destaca André Pasqual Waltrick, secretário da Agricultura e Aquicultura de Gaspar.

O sistema surgiu para ajudar no desenvolvimento do mercado agrícola, onde a água é mais escassa. Funciona com a união de outros dois sistemas de produção: a hidroponia e a piscicultura. A hidroponia é o cultivo de plantas sem solo, geralmente suspensa com suas raízes sob a água, onde recebe os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. A piscicultura é a produção de peixes em tanques. Ambas as técnicas já são utilizadas no município. A aquaponia funciona com um ciclo contínuo de água entre os dois.

Na estufa da agricultura Juliana, foram colocados cerca de 450 peixes que são tratados com ração. A água advinda do tanque é nutrida e fertilizada pelos animais e levada para decantadores e filtros biológicos, seguindo para um fluxo posterior para caixa de água, que seguem para bancadas onde estão as plantas a serem nutridas. Essa água retorna novamente para o tanque de peixes. “Desenvolvemos esta estufa como um projeto para apresentar da melhor forma a aquaponia aos interessados, mas, também estamos desenvolvendo um kit para a distribuição do sistema de forma compacta para o pequeno produtor”, salienta o Engenheiro Tafarel.

O diferencial está na alta qualidade dos produtos e na sustentabilidade. Na estufa está se cultivando cerca de 4.800 plantas, entre a rúcula que está em teste, agrião, couve, almeirão, salsinha, e cebolinha, além de vários tipos de alfaces. “Estamos testando o tomate cereja, se der certo também deve entrar na produção”, comenta a Oceanógrafa Juliana. A empresa está negociando a venda de hortaliças para todas as 10 unidades do Supermercado Carol, nas cidades de Guabiruba, Brusque, Blumenau, São João Batista, Nova Trento e Gaspar.

Mas o sistema também disponibiliza lucro com os peixes. As colheitas são realizadas num período entre 25 a 40 dias no máximo, depende de cada planta. O peixe utilizado no projeto é a carpa colorida, que será comercializada em cerca de 7 a 8 meses. A escolha da espécie de peixe foi por conta do frio, mas eles afirmam que é possível utilizar outros, como a tilápia. Mas deve-se atentar à imunidade dos animais, o controle de parâmetros físico-químicos da água, arraçoamento e demais práticas pertinentes ao cultivo de peixe.

Para a nutrição do alface, apenas a adição de fertilizante via foliar já é suficiente, mas, para as demais hortaliças é adicionado alguns compostos como ferro e sulfato de potássio. O mecanismo que interliga o tanque dos peixes, com o canal das plantas é ativado através de boias e bombas submersas e a quantidade para cada variedade é regulada por registros. Um motor elétrico bombeia a água novamente para cima. O sistema é um exemplo em que a Secretaria de Agricultura visa replicar no município, mesmo que de forma menor e/ou mais simplificada para o agricultor. Há vários produtores de piscicultura no município e a aquaponia pode ser uma ótima maneira de ampliar sua produção e economia de forma mais sustentável. “A modernização do setor deve ser realizada, buscamos estar sempre oferecendo novas possibilidades”, finaliza André.

A AHORTA Aquaponia, da oceanógrafa Juliana, também realizou a doação de todas as unidades de alfaces da estufa, os quais foram entregues na manhã desta terça-feira, na Sec. da Agricultura. Eles serão distribuídos para duas instituições sociais, a Rumo Novo no Bairro Arraial e Casa Mosteiro da Ressureição em Ilhota. Ambas de apoio a recuperação de dependentes químicos. A estufa instalada em Guabiruba, é a primeira do Brasil a apresentar o método AquaHortis de produção de peixes e plantas. O objetivo principal é atender o mercado regional com produtos de alta qualidade e por consequência apresentar a Aquaponia comercial aos consumidores, produtores e investidores. Mais informações em: https://engenheirotafarelsa.com.br/