Campanha Agosto Lilás luta pelo fim da violência contra a mulher

   Intitulada de ‘Agosto Lilás’, a campanha tem como objetivo propor um mês para o combate e conscientização sobre o fim da violência contra as mulheres. A proposta é alertar para a necessidade de prevenir e combater a violência contra mulheres e meninas e também fortalecer a luta feminina por direitos iguais. Além disso, em Agosto também são comemorados os 15 anos de criação da Lei Maria da Penha, que torna mais duras as penas para violência contra a mulher. A lei existe não apenas para punir o agressor, mas sim para prevenir que mulheres tornem-se vítimas de violência.

   Mas, apesar da lei, casos de violência domésticas ainda são uma realidade no país e no município. A mulher que sofre violência doméstica, muitas vezes não sabe como procurar ajuda. Não raro, depois da separação o pesadelo não termina, pois o agressor ronda a casa da vitima, a persegue, dentre outras agressões. O sonho da liberdade acaba se tornando a continuação da prisão. Nesses casos, a principal ferramenta é a medida protetiva. Entre os meses de janeiro e julho deste ano, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por meio da Vara Criminal da Comarca de Gaspar, já expediu 105 medidas protetivas para as mulheres que sofrem violência doméstica, aqui no município.

   Para atender a demanda dessas mulheres que saem de relacionamentos com traumas físicos e psicológicos, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) atende mulheres vítimas de violência doméstica e, promovem o reconhecimento e discussão acerca das violências contra a mulher. Desde o inicio do ano, o CREAS atendeu 26 mulheres nessa situação. Além de todas as ações de acolhimento ocorre um fortalecimento da autonomia, como forma de superação da situação de violência, atendimento intersetorial e articulado com demais órgãos, como saúde, segurança pública e educação.

   No CREAS são atendidas mulheres e até mesmo as famílias em situação de risco, que de alguma forma tiveram seus direitos violados. “Nos casos de violência contra a mulher a vítima recebe apoio, acompanhamento e orientação. Também trabalhamos com a prevenção de novos episódios de violência, tentando restaurar a integridade da vítima”, pontua Geovanea Alves de Andrade Zimmermann, Diretora-Geral de Assistência Social.

   Geovanea destaca que, no caso da mulher vítima de violência, muitas vezes, só a denúncia contra o agressor não basta. A mulher precisa se sentir acolhida e ter uma rede de proteção para ter segurança em denunciar. “O atendimento e suporte é dado por uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de psicologia, direito, serviço social, educação e pedagogia”, explica.

   O secretário de Assistência Social, Salésio da Conceição, afirma que é importante que além das mulheres, pessoas que presenciem algum tipo de violência, também denunciem. “Nós pedimos que a população fique de olho e denuncie qualquer tipo de violência. Os telefones de emergência são o 180, da Central de Atendimento à Mulher e o 190 da Polícia Militar. É muito fácil e seguro denunciar já que o nome será mantido em sigilo. É muito importante que cada um faça a sua parte e combata todos os tipos de violência”, reforça.

   O CREAS é um serviço mantido pela Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Assistência Social está localizado na Rua Frei Canísio, nº 500, Bairro Coloninha. Telefone: (47) 3091-2306.

Rede Catarina

   Como forma de ajudar e prevenir que casos de violência se repitam, a Polícia Militar de Gaspar oferece o serviço Rede Catarina. Um programa que envolve uma guarnição, chamada de Patrulha Maria da Penha, que faz visitas à casa da vítima para verificar se o agressor retornou ao local, como também para tomar outras medidas caso a situação se agrave solicitando assim uma medida protetiva de urgência. A patrulha realiza a fiscalização das medidas protetivas junto à vítima e ao agressor, além de buscar informações da vítima e do agressor, a fim de traçar um painel com dados importantes para a análise do crime e fatores que motivaram, buscando dessa forma medidas preventivas a esse tipo de crime.

   Nos casos emergenciais, a vítima ou testemunhas devem ligar para o 190, acionando assim uma viatura de serviço que prestará o atendimento e, se for o caso, realizar a prisão em flagrante do agressor.

Quais os tipos de violência contra a mulher?

   A violência contra a mulher é a principal forma de violação dos direitos humanos, atingindo principalmente seus direitos à vida, à saúde e a integridade física. Engana-se quem acha que a violência contra a mulher é apenas a física ou sexual, a violência contra a mulher se manifesta de diferentes formas.

   De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a violência contra a mulher pode ser “qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privado”.

   Grande parte da violência que atinge as mulheres é praticada em âmbito privado, ou seja, nos próprios lares, no lugar que deveria existir uma relação de afeto respeito, existe uma relação de violência que muitas vezes é silenciada pelo ambiente familiar, e geralmente é praticada por pessoas próximas à sua convivência, como maridos, companheiros, sendo praticadas de diversas maneiras, desde agressões físicas, psicológicas e verbais.

São pelo menos cinco tipos mais comuns de violência contra a mulher e todos podem causar danos irreversíveis à vitima. São eles:

•Agressão física caracterizada por: espancamentos, empurrões, chutes, socos e demais danos corporais.

• Violência sexual, quando há o constrangimento da mulher, seja em público ou não, quando há um toque indesejado sem o consentimento da mulher e a realização sexual indesejada.

• Violência moral, caracterizada por calúnia, difamação, injúria, ou seja, situações em que o agressor fala mal da vítima.

• Abuso patrimonial: quando o agressor toma posse de documentos, bens, salário ou qualquer outra propriedade que seja da vítima e que ela não consiga ter mais acesso.

• Violência psicológica que são os danos emocionais causados pelo agressor. Podem ser citadas com exemplos as ameaças, chantagens e humilhações.

Não se cale. Denuncie!
Ligue 180 ou 190, toda a denuncia é realizada de forma anônima.