A procura de ouro no ribeirão Arraial e em outros córregos do território gasparense é um fato muito antigo, provavelmente antecedendo ao século XIX. Esta atividade foi interrompida e reiniciada por meio dos anos. Em 1943, Alfonso Ladewig empreendeu negócio de exploração de ouro no Ribeirão Coral de Minas, mudando-se, logo depois, para o Ribeirão Arraial, onde mobilizou muitos garimpeiros da região de Ribeirão do Ouro (próximo a Brusque) que às dezenas vinham com suas carroças e pertences para Gaspar. Foi um período de muito movimento.
No fim do século XIX, algumas famílias de descendência alemã, estabelecidas em Biguaçu, desanimados com as geadas frequentes e com o desgaste do solo de suas propriedades, mudaram-se para Gaspar, na Região de Ribeirão Saltinho.
A escolha pareceu acertada. Fato que motivou a vinda de outras famílias amigas e aparentadas de Biguaçu, que na outra virada dos morros de Ribeirão Saltinho, vieram estabelecer-se. Chamaram este lugar de Arraial Alto.
Esta ocupação estendeu-se para Cananéia ao norte e para Arraial Ouro, ao Sul. A princípio as ligações de Arraial Alto eram maiores com Cananéia e Ribeirão Saltinho. Mas, a vinda de parentes e amigos para a região de Arraial, fez surgir picadas entre os morros. Mais tarde, no governo de Leopoldo Schramm (1934-1947) a estrada entre o Arraial e a Cananéia foi aberta, cabendo salientar que esta estrada esperou para receber macadame até o governo do prefeito Evaristo Francisco Spengler (1966-1970).
Por volta de 1920 foi construída uma capelinha nas terras de Roberto Schmitt. Era em madeira, tipo chalé, envidraçada com uma cruz plantada por ocasião de missões religiosas. Foi construída por Felipe Lanzer, José Junkes, Roberto Schmitt, Willy Waldrich, José Knopp, entre outros. Atrás da capela foi feito o cemitério. Anos depois, esta capela foi substituída por outra, em local de melhor acesso. É provável que Roberto Schmitt e sua família tenham sido os primeiros moradores que ali se estabeleceram e fizeram história. Os anteriores, possivelmente moraram provisoriamente enquanto exploravam madeira e ouro, retirando-se assim que o negócio se tornava desinteressante.
Segundo os descendentes de Roberto, este veio de Biguaçu e adquiriu cinco lotes de terras de Mathias Spengler, dois lotes de Helmuth Gebien e de outros. Juntamente com dois ajudantes negros, preparou moradia com casa espaçosa, com sótão e coberta com telhas. Quando a moradia estava pronta veio a família. Entre 1915 e 1920, ocorreu este povoamento que tem ligações estreitas com os moradores de Ribeirão Saltinho, Cananéia e Baú, no município de Ilhota.
O bairro leva o nome de Arraial D’Ouro, pois Arraial é denominação de lugar, e ouro por causa do minério encontrado na região. O bairro também é cortado pelo ribeirão do Arraial.
Atualmente, o bairro Arraial D’Ouro faz divisa com o município de Ilhota e com os bairros Belchior Alto, Belchior Baixo, Belchior Central, Lagoa e Margem Esquerda.