O nome Barracão está ligado à imigração italiana, ocorrida a partir do ano de 1875, quando foi construída nas proximidades da atual Escola Básica Marina Vieira Leal, um barracão que serviu de abrigo aos imigrantes até que estes tivessem seus lotes demarcados e construído moradia.
Ali viveram famílias italianas, tirolesas, suíças e outras que vieram da Europa até o Brasil, chegando aos portos do Rio de Janeiro e de Santos. Em embarcações menores navegaram até Itajaí, onde foram recebidos por funcionários do governo brasileiro e levados pelo rio Itajaí-Mirim acima, até os ribeirões Pequeno e do Limoeiro, chegando até o atual Óleo Grande, depois para o Barracão.
Nesta ocasião, o território do atual Barracão e imediações era ocupada por famílias brasileiras vindas do litoral, especialmente região de Tijucas, Canelinha e Camboriú. Muitos trabalhavam para o Coronel José Henrique Flôres, morador do Poço Grande e proprietário de terras no atual Barracão. Sabe-se que José Henrique Flôres vendia já em 1860 muito milho e farinha produzidos no Barracão.
Muitas foram as famílias imigrantes que vieram para o Barracão, entre elas Alberici, Benvenutti, Barbi, Beduschi, Bertoldi, Bolomini, Bendini, Censi, Costa, Dalla Benetta, Dalcastagne, Da Lago, Fontana, Galassini, Lenzi, Lira, Luchini, Lana, Marchetti, Nicoletti, Ogliari, Pauli, Polli, Tomio, Zuchi, César, Roncáglio, Fantoni, Melatto, Tonioli, Prebianca, Castelini, Venturini, Zendron, Sansão, Garrozzi, Gaia, Dalsóquio, Berti, Gastaldi, Assini e Saragossa.
Com o passar dos anos, algumas famílias progrediram social e economicamente. Na praça do Barracão apareceram casas de comércio dos Beduschi, Barbieri, Alberici, Garrozzi e Toledo dos Santos.
Amadiu Beduschi contratou os serviços do alemão Cristiano Hickeler para ser professor de seus filhos e realizar serviços de guarda-livros de seus negócios. A partir daí, outros vieram ensinar as crianças. A primeira escola pública do Barracão funcionou na casa de morada de Amadiu Beduschi.
Por volta de 1920, o Barracão era lugar de movimento e progresso. A paróquia São Luiz Gonzaga de Brusque providenciou a vinda das irmãs catequistas que receberam a função de professoras no Barracão. Esse foi o período áureo do Barracão, segundo a memória dos anciãos.
Atualmente, o bairro Barracão faz divisa com os municípios de Brusque, Ilhota e Itajaí e com os bairros Bateias e Macucos.
Localidade Óleo Grande
As terras da localidade do Óleo Grande fazem parte do bairro Barracão e estão ligadas historicamente ao fazendeiro José Quintino, natural da Terra Nova Tijucas. Nas terras de Quintino havia muita madeira, entre elas uma grande árvore do tipo óleo. Amadiu Beduschi adquiriu parte das terras de Quintino e instalou próximo ao Óleo Grande uma serraria movida à água represada em lagoas. Esta árvore foi uma das primeiras madeiras serradas nesta serraria. Mais tarde, Amadiu vendeu suas terras a João Bendini e este para a Artex empreender reflorestamento. A árvore era tão grande que, até hoje, toda região onde ela estava situada recebe sua denominação.
Outro grande proprietário de que se tem notícia era da família Novaes. Este requereu quinhentas braças quadradas de terras na região do Barracão, para os lados de Óleo Grande.
Com a chegada de muitos imigrantes nas terras marginais ao rio Itajaí-Mirim, realizou-se o serviço de demarcação das terras, oportunidade em que o alemão João Olinger juntou-se aos agrimensores requerendo, na época, grande extensão de terras em Óleo Grande, onde se trabalhava com madeira, gado e farinha.
Próximo às terras de Olinger, os italianos Guarino e Ernesto Censi produziam arroz, mandioca, farinha, cachaça e gado. Do lado de cima do Olinger, havia os Bendini, Benassi, Maraschi, Andrietti, entre outros.