Na pré-história, a partir de 5.500 a.C, o território catarinense começou a ser ocupado por grupos humanos. No século XVIII os índios Xoclengs refugiavam-se nas matas tropicais das encostas e vales da região, e a partir do século XIX eles foram perdendo seu território, vivendo apenas da caça e da coleta.
Aos poucos este território indígena começou a ser ocupado por novos habitantes: o homem branco. A história mostra que os primeiros colonizadores que chegaram no Estado se estabeleceram nas terras do Itajaí-Açu. Por volta de 1835 começaram a chegar os primeiros imigrantes de origem germânica que influenciaram grandemente a cultura gasparense e impulsionaram o seu desenvolvimento econômico.
Em 1875 vieram os imigrantes de origem italiana contribuindo também com a formação cultural do gasparense. Em 1880 Blumenau foi elevada à categoria de cidade e Gaspar passou a ser seu Distrito.
Gaspar já pertenceu a São Francisco do Sul, Porto Belo, Itajaí e Blumenau. Durante quase 54 anos constituiu-se como 2º Distrito de Blumenau. Na década de 1930, lideranças locais mobilizaram-se, encontrando apoio nas esferas Federal e Estadual, conquistando a emancipação política. Até que em 1934, Coronel Aristiliano Ramos, Interventor Federal em Santa Catarina, assinou o decreto que emancipava Gaspar politicamente. O município de Gaspar foi instalado em 18 de março de 1934. Em 05 de março do mesmo ano, o município ganhava o primeiro prefeito, o senhor Leopoldo Schramm.
Para conquistar a emancipação politicoadministrativa, os imigrantes da região trabalharam arduamente. Os primeiros habitantes foram os índios, seguidos dos vicentistas, açorianos, alemães, portugueses e italianos. A maioria dos imigrantes foram atraídos pela exploração de ouro na Bacia do rio Itajaí-Açu e pela captura de índios, empregados como mão de obra. Outra riqueza que atraía os exploradores constituía-se na madeira leve para a construção e reparos de embarcações náuticas.
Desde o início, a população fora dividida pelas margens do rio. Na esquerda, os moradores “construíam ranchos simples cobertos com palha, faziam roçado onde plantavam o aipim, a mandioca, o milho, o feijão, a cana, o algodão, as batatas, o arroz, o café e o fumo. Armavam um cercado para as galinhas. Tinham uma canoa como meio de transporte, comunicação e pesca”. (Memória Gasparense – Nossos Povoados. p.5).
Já na direita, um único senhor obtinha a maior parte das terras da região. “José Henrique Flores, já em 1835, era o maior proprietário de terras à margem direita do rio. Sabe-se que sua fazenda estendia-se desde a atual divisa de Ilhota com Itajaí até o Ribeirão Poço Grande. Tinha escravos, muitas produção de café, exploração de minérios, madeira e grande liderança política do Senhor Proprietário” (Memória Gasparense – Nossos Povoados. p.7).
Os imigrantes criaram suas culturas específicas. Na dança, por exemplo, desenvolviam fandango (em ritmo de sapateado), chamarritas (parecido com valsa), ratoeira (de roda), pau-de-fita (damas e cavalheiros trançam fitas) e quadrilha.
Gaspar hoje possui aproximadamente 59.728 habitantes (estimativa IBGE 2012). São pessoas de diversos lugares do país, mas, principalmente, descendentes desses bravos imigrantes que construíram um município marcado pela bravura e beleza.
Gaspar hoje está em transformação. Busca diversificar sua economia, uma vez que a cidade possui deslumbrantes atrativos naturais e inúmeros vales, que junto com a riqueza e a diversidade cultural de sua gente dão sustentação a este desenvolvimento.
Como curiosidades sobre Gaspar pode-se citar o único relógio instalado na América que, com uma só máquina, movimenta oito mostradores. É o relógio da Igreja Matriz. Gaspar também tem a peculiaridade de formar religiosos (bispos, padres e freiras).
A cidade também se destaca nos esportes aéreos. Possui uma das melhores rampas para decolagem de parapente da região.
Origem do nome do município
O território do atual município de Gaspar já era assim denominado em relatos escritos e desenhos de mapas antigos, no final do século XVIII (1701-1800), quando exploradores de metais preciosos, denominaram os ribeirões Belchior (Bairro Belchior), Gaspar Grande e Gaspar Mirim (com foz no centro da cidade).
Portugueses exploradores, seguindo a fé católica, costumavam nomear lugares e acidentes geográficos com nomes de santos ou festas religiosas. Daí, a suposição de que os nomes Belchior e Gaspar, tenham relação os festejos natalinos da “Festa dos Reis Magos.”