Encontro das escolas multisseriadas reúne alunos para integração
A internet e o telefone têm sido os meios de comunicação mais utilizados pelas pessoas. Porém, em Gaspar ainda existem crianças que se comunicam através de cartas. Esta é a realidade dos alunos de três escolas da cidade que se correspondem há dois meses. Para que os estudantes pudessem se conhecer pessoalmente, as diretoras das instituições promoveram um encontro das escolas multisseriadas.
O evento está na sexta edição. Neste ano, o local escolhido para o encontro foi a Escola de Ensino Fundamental Professora Ana Lira, no Gasparinho Alto. As escolas Rudolfo Gunther e Augusto Schramm também promoveram o encontro que aconteceu durante a manhã e a tarde de sexta-feira (15/06).
Histórias, pinturas faciais, atividades de lazer como vôlei e futebol foram algumas das atrações. Para o Secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Andrione Marquetti, a integração das escolas é o principal objetivo do encontro. "Essa troca de experiência entre os alunos não tem preço", afirma. O prefeito de Gaspar, Adilson Schmitt, também esteve presente e parabenizou as direções das escolas pelo belíssimo trabalho realizado. "Este é um que promove o ensino também na prática. O aprendizado está justamente nesse contato que eles estão tendo, na oportunidade de conhecer uns aos outros", fala.
De acordo com a professora e diretora da escola Ana Lira, Sandra Maria Buchmann, a expectativa das crianças era muito grande. "Todos os anos nós deixamos para juntar as escolas no segundo semestre. Mas dessa vez eles queriam tanto que a gente adiantou para junho", revela.
Cíntia Bruna Barão, aluna da quarta série da escola Ana Lira, estava ansiosa durante toda a semana. "Não vejo a hora de ver a minha amiga. Eu acho que ela é loira, de olhos castanhos e alta", diz. A mãe da estudante, Verônica Érika Barão, 45 anos, que ajudou na preparação do almoço, conta que ajudou a filha a escrever as cartas quando a menina quebrou o braço. "Eu tinha vários serviços para fazer, mas deixava de lado para ajudá-la a escrever porque essa oportunidade é muito boa para ela, esse contato com outras pessoas", lembra emocionada.
Na hora do almoço, Cíntia e Luana Paula Santana, 10 anos, se conheceram. Trocaram algumas palavras e foram brincar juntas. "Eu gostava muito das perguntas da Cíntia. Eu gostei de conhecer ela", diz Luana.
Depois de muita festa, brincadeira e riso, o sexto encontro das escolas multisseriadas terminou com a apresentação das crianças que em coro cantaram uma música aos bombeiros de Gaspar.
A pintura e a leitura também tiveram seu espaço
Gato, urso, borboleta e aranha. Estes foram os desenhos preferidos das crianças que estavam no encontro. A professora da escola Augusto Schramm, Daniela Godinho da Graça, conta que aprendeu a pintar os rostos dos pequenos quando trabalhou com os educadores de arte na cidade de Ilhota.
A fila, ao invés de diminuir, aumentava cada vez mais. Quando viam um desenho bonito no rosto dos colegas, os alunos entravam na fila novamente para pintar o outro lado do rosto. O que não faltou foi criatividade.
Tainá de Souza, seis anos, aluna da escola Rudolf Gunther, teve seu rosto pintado com o desenho de uma gatinha. "Gosto muito de gato e por isso pedi que a ‘profe' fizesse esse desenho", fala.
Para a professora Daniela, a grande dificuldade do trabalho é a falta de concentração das crianças. "Às vezes, passa um amiguinho e eles viram para conversar. Então tenho que apagar e começar novamente. Mas até que hoje eles estão bem concentrados", ri. A professora também alerta que o rosto deve ser pintado somente com tinta apropriada para não prejudicar a pele.
Outra atração do evento foi a área para a leitura de histórias. Com muitos desenhos na parede e livros no chão, as crianças se deliciaram com narrativas de todos os tipos.
A funcionária da biblioteca municipal, Lucia Kistner, foi a leitora de histórias do dia. Ela afirma que este é um método eficaz para aproximar as crianças de um acervo diferente. "Com a novidade, as crianças gostam e querem sempre ler mais. Quando a gente sensibiliza as crianças desde cedo para a leitura, no futuro, elas serão leitoras assíduas", garante.
Uma das alunas mais empolgadas com o espaço foi Sabrina Luchtenberg, 10 anos, que estava lendo um livro de Katja Keider, chamado "Nas nuvens". "Eu adoro ler. ‘Tô' adorando escutar a Lucia ler as histórias", sorri.
Lucia lembra que a biblioteca municipal de Gaspar está aberta para a visitação tanto de escolas quanto de pais e alunos. Para ser um sócio do local, basta ser gasparense, levar um comprovante de residência e um documento. A única exigência é que os estudantes doem dois gibis anualmente.