Gaspar participa da Campanha Nacional ‘Faça Bonito’
A próxima terça-feira, dia 18, será marcada pelo dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Assistência Social inicia a Campanha “Faça Bonito”, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a importância da prevenção e do enfrentamento do problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil.
A campanha reforça a importância do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, sobretudo por conta das medidas de isolamento social devido à pandemia. Portanto: demonstre todo carinho e atenção às crianças e adolescentes que estão isolados em casa e denuncie qualquer tipo de violência aos órgãos de proteção.
Em Gaspar, entre os meses de janeiro e maio de 2021, o Conselho Tutelar do município, um dos órgãos responsáveis por receber denúncias desta natureza, registrou 25 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com a instituição, o número deve ser ainda maior, pois muitos casos não são notificados ou denunciados.
Como denunciar
As denúncias podem ser realizadas através do Disque 100, ou pelo telefone do Conselho Tutelar (47) 3332 -0193/(47) 99930-2722. A denúncia é anônima e, qualquer pessoa pode realizar.
Todas as formas de viole^ncia, especialmente a sexual, afetam o crescimento sauda´vel de crianc¸as e adolescentes. Se voce^ tiver suspeita ou conhecimento de alguma crianc¸a ou adolescente que esteja sofrendo viole^ncia, denuncie! Isso pode ajudar meninas e meninos que estejam em situac¸a~o de risco.
Atendimento CREAS
O atendimento à crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual é realizado por diversos órgãos e políticas públicas. Na Secretaria de Assistência Social, o atendimento ocorre principalmente através do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS).
O serviço prestado pelo CREAS oferece apoio, orientação e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam ou as submetem a situações de risco pessoal e social.
Assim o atendimento e acompanhamento são realizados através da acolhida; escuta; orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais; construção de plano individual ou familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial; apoio à família na sua função protetiva; identificação da família extensa ou ampliada, entre outros.
Mesmo com a pandemia do Covid-19, os serviços de proteção continuam funcionando, seguindo todas as orientações e recomendações do Ministério da Cidadania e do Ministério da Saúde. A campanha busca garantir que todas as crianças tenham o direito ao desenvolvimento de sua vida de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.
De acordo com a psicóloga, Jéssica Vitorino, a criança que sofre violência sexual, pode apresentar alguns sinais. “Existem sim alguns sintomas que podem indicar que a criança ou adolescente esteja ou vivenciou situação de abuso sexual. Contudo, é importante destacar que não há uma regra, algumas crianças e adolescentes podem não apresentar sinais, ou ainda, alguns sinais manifestados podem indicar alguma outra dificuldade, que não uma situação de abuso sexual”, explica.
Entre outros sinais que podem aparecer estão a agressividade, o isolamento social, comportamentos hiperssexualizados, queda no rendimento escolar, irritabilidade, enurese ou encoprese (falta de controle da urina e fezes).
Entre os adolescentes especialmente, comportamentos de automutilação também pode ser um sinal comum. “A mudança brusca de comportamento pode ser considerada um fator de risco, seja para situações de abuso sexual ou um indicativo de algum outro tipo de sofrimento. Diante de qualquer desses sinais e sintomas é importante a demonstração de apoio a essa criança/adolescente por parte daqueles que exercem cuidados sobre elas (pais, avós), de modo que possam dar um direcionamento a situação e oferecer suporte aos mesmos” conta, Jéssica.
A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolvem vários fatores de risco e vulnerabilidade. A violência sexual pode ocorrer por meio do abuso sexual intrafamiliar ou interpessoal como na exploração sexual. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, por estarem vulneráveis, podem se tornar mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.
Campanha Faça Bonito
O dia 18 de Maio – “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, instituído pela Lei Federal 9.970/00, é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro e que já alcançou muitos municípios do nosso país. Esse dia foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune.