Agosto Dourado: Mês conscientiza sobre o aleitamento materno

   Agosto marca o mês de conscientização da amamentação. A prática é responsável pela criação do vínculo entre a mãe e o bebê e, traz inúmeros benefícios para o sistema imunológico da criança. Na rede municipal de saúde, o incentivo ao aleitamento materno já começa no pré-natal. O Programa Amanhecer, projeto que oferta cuidado humanizado para mãe e bebê desde o inicio da gestação, estimula as mulheres grávidas a amamentar exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade.

   De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a amamentação é um dos principais fatores na redução da mortalidade infantil, com benefícios duradouros. A OMS recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, com introdução de alimentação complementar somente após os seis meses de vida.

   Para o bebê, a amamentação é considerada a primeira vacina, devido ao alto benefício para o organismo. Cólicas, cáries e risco de desnutrição são zero, quando o bebê recebe o leite materno. Também proporciona o ganho de peso saudável, com menor risco de obesidade, reduz chances de broncoaspiração (entrada de leite nas vias aéreas), assim como a possibilidade de alergia alimentar e respiratória; infecções respiratórias (pneumonias), urinárias e intestinais, diarreias e outras doenças. E ainda contribui para o desenvolvimento intelectual.

   Conforme explica a pediatra, Patrícia Shcramm Von Hahendorff, o leite materno é um alimento ideal, pois possui nutrientes em quantidade e qualidade adequada para que o bebê possa se fortalecer com saúde. “Em um momento tão difícil como este pelo qual estamos passando, o leite materno é o maior presente que a mulher pode oferecer. Além dos nutrientes, fornece proteção, tanto que incentivamos muito as lactantes a tomar a vacina para que seus bebês recebam também, por meio do leite materno, a imunidade”, explica.

Rede de apoio

   Todos os dias, a enfermeira do Centro de Referencia da Saúde da Mulher, Ângela Maria Dallagnol, realiza uma avaliação com todas as mães e recém-nascidos do dia, no Hospital de Gaspar. Em seguida, é marcada a primeira consulta com o pediatra na Policlínica Municipal de Gaspar. Nessas consultas, mães e filhos são avaliados e esse é um momento que muitas vezes a mulher se sente a vontade para contar sobre o processo de amamentação.

   Uma das principais queixas das novas mães é justamente a dificuldade em amamentar, por isso, nesse momento, o apoio das profissionais do Centro de Referencia da Saúde da Mulher é fundamental. Conforme explica a enfermeira Angela, uma rede de apoio inicia para que as mulheres saiam do local amamentando. “Muitas das mulheres que atendemos logo após o parto não conseguem amamentar. As dificuldades podem ser físicas como fissuras nas mamas, mas também emocional e social. Por isso, contamos com uma rede de psicólogas, médicas, enfermeiras, além de um atendimento individual e personalizado, quando necessário”, conta.

   Quando a dificuldade em amamentar é grande, as consultas duram em média três horas. “O importante é garantir a interação entre mãe e bebê. Pedimos a elas que não desistam. A consulta de acolhimento pode durar minutos ou horas, de acordo com a necessidade. E reforçamos sempre que não existe leite fraco. Mostramos como é a mama e explicamos como funciona, em uma linguagem que elas entendam. Nós fazemos com muito amor”, relata Angela Maria Dallagnol, enfermeira.

Preconceito

   Além dos desafios do próprio corpo e da criação de um vinculo com o filho, mulheres que amamentam precisam lidar com o preconceito. Em muitos espaços, amamentar em público ainda é um tabu. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o direito da mãe e bebê a ser respeitado e apoiado por todos.