Prefeitura inicia grupo terapêutico para acolhimento de pais com filhos autistas

Objetivo é criar uma rede de apoio para esses familiares

Após o diagnóstico de Transtorno de do Espectro Autista (TEA), muitas vezes é comum que a família do paciente sinta insegurança por desconhecer os desafios da condição. Para acolher e informar pais e responsáveis, a Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Saúde e Educação, inicia o Grupo Terapêutico para famílias de crianças e adolescentes autistas, ou com outros transtornos intelectuais.

Os encontros ocorrem na primeira terça-feira de cada mês, sendo o primeiro realizado no dia 20 de setembro, na sede do projeto Integrar. No local, os integrantes do grupo recebem orientações e informações sobre o autismo e outras condições. O encontro é conduzido por uma psicóloga da secretária de saúde, com a troca dos pais.

De acordo com a psicóloga responsável pelo grupo, Akemi Higashi, o grupo surgiu de uma necessidade dos pais. “Nossas crianças já recebem atendimento multidisciplinar através do Serviço de Fonoaudiologia, Psicopedagogia e Psicologia Escolar (Sefoppe) ou do projeto Integrar. Mas os nossos profissionais começaram a receber muitas dúvidas de pais ou familiares, além de dificuldades sobre o comportamento, como lidar com uma pessoa autista, entre outras frustrações. Então através dessa necessidade, criamos esse grupo de apoio”, explica a psicóloga.

Liliana Michela dos Santos, mãe do jovem Lucas, diagnosticado com autismo, conta que por muitas vezes se sentiu sozinha e sofre preconceito, com o grupo, ela se sente “em casa”. “A gente como mãe de filhos autistas, muitas vezes nos sentimos sozinhas, ou recebemos olhares preconceituosos de pessoas que não entendem essa condição. Nossos filhos são julgados pela sociedade como mimados ou mal educados. Esse grupo de conversa vem pra isso, para ter troca de conversas, experiências e entender a dor do outro. É um momento de compartilhar e apoiar e isso é importantíssimo, vai auxiliar ainda mais as famílias”, pontua Liliana.

“O grupo é um local de acolhimento do sofrimento desses pais. A gente não julga, não apontamos o dedo. A intenção é escutar, acolher e trabalhar juntos, para tentar resolver a questão abordada. Os pais saem dos encontros transformados e ter pessoas informadas e conscientes, estimula o desenvolvimento das nossas crianças autistas”, finaliza Akemi Higashi, psicóloga.

O grupo terapêutico é aberto para toda a comunidade, além de pais, professores também participam da reunião. O próximo encontro será realizado na terça-feira, dia 3 de outubro, a partir das 19h, na sede do Projeto Integrar.

Autismo

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento, e não uma doença, caracterizado por alterações significativas de comunicação, interação social e de comportamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo. Isso representaria cerca de 70 milhões de autistas em todo o mundo; 2 milhões somente no Brasil.